Estrutura organizacional explicada, passo a passo e exemplos

A estrutura organizacional de uma empresa sustenta sua operação diária e seu crescimento a longo prazo; é a definição de como as pessoas e as áreas se conectam, de quem toma as decisões e da maneira que o trabalho vai fluir internamente.

E ter uma estrutura bem desenhada não é apenas uma questão de hierarquia, mas, principalmente, uma questão de garantir clareza, eficiência e alinhamento estratégico, afinal, quando cada colaborador entende seu papel e suas responsabilidades, a empresa ganha em produtividade, engajamento e resultados.

Este artigo traz mais detalhes para você colocar mudanças em prática no seu negócio, além de exemplos inspiradores. Continue lendo!

Definição – O que é, de fato, uma estrutura organizacional?

Dentro de uma empresa, a estrutura organizacional é sua divisão interna; é como as pessoas, funções e responsabilidades são distribuídas ou a definição de quem responde a quem, como as decisões são tomadas, como flui a comunicação entre setores e quais os direitos, deveres e limites de cada área e colaborador.

Quando essa estrutura é clara, todos sabem o papel que desempenham, o que aumenta a produtividade e reduz conflitos internos. Por outro lado, a ausência do modelo leva a tarefas duplicadas e retrabalhos, falta de alinhamento e dificuldade em medir resultados, por exemplo.

Uma das principais funções dessa estrutura, independentemente do tipo, é permitir que a organização cresça de forma coerente e sustentável, com fluxos claros de decisão, resolução ágil de problemas e um ambiente que favoreça a inovação.

A manutenção do clima organizacional também entra em jogo!

Detalhes – Os tipos de estrutura organizacional e informações sobre eles

Sim! Existem diferentes tipos de estrutura organizacional, que variam conforme o porte da empresa, seu modelo de negócios, maturidade operacional e nível de centralização das decisões.

Os mais conhecidos são: funcional, divisional, matricial e horizontal, mas muitas empresas combinam dois ou mais modelos simultaneamente, especialmente em contextos de transformação digital e crescimento acelerado.

A escolha sempre depende da quantidade de setores e pessoas para gerir, bem como de que departamentos e perfis de colaboradores fazem parte do dia a dia do negócio.

Estrutura organizacional funcional (tradicional)

É aquela no qual a empresa é distribuída de acordo com as funções: marketing, vendas, financeiro, RH etc.

Há clareza nas responsabilidades e, geralmente, eficiência nas tarefas, já que cada colaborador atua em seu campo de domínio. Mas pode haver isolamento entre departamentos e falhas de comunicação interna.

Estrutura organizacional divisional (por divisões)

Costuma ser adotada em empresas com linhas de produtos diversas ou com várias frentes, atuando em diferentes regiões.

Nesse formato, cada divisão funciona quase como uma unidade independente, com seus próprios recursos e metas, o que favorece a agilidade e a autonomia, mas pode aumentar custos e até acabar exigindo a duplicação de funções, principalmente administrativas.

Estrutura organizacional matricial

Combina elementos das estruturas funcional e divisional, pois um mesmo colaborador responde a dois gestores: um geral e outro de projeto.

É um arranjo que favorece a flexibilidade e o compartilhamento de conhecimento, mas pode gerar conflitos de autoridade e sobrecarga.

Estrutura organizacional horizontal (mais moderna e adaptável)

Também conhecida como estrutura “plana” reduz os níveis hierárquicos e incentiva a autonomia dos times.

Seu foco está na colaboração e na rápida tomada de decisão. Seu maior desafio, porém, aparece na hora que os gestores precisam manter a organização e o alinhamento estratégico de todos, conforme a empresa cresce.

Estrutura organizacional “em rede”

Existe quando a empresa foca em suas competências essenciais (ex.: design) e terceiriza ou compartilha outras atividades com parceiros externos (ex.: produção).

Em vez de concentrar todas as operações e os processos internamente, a empresa que a adota participa da formação de uma rede colaborativa de fornecedores, prestadores de serviço e aliados estratégicos.

Todos trabalham de forma integrada, geralmente com apoio de tecnologias de colaboração, governança compartilhada e contratos de parceria que definem responsabilidades e métricas de desempenho conjuntas.

Já sabe qual alternativa faz mais sentido para você?

Construção – Departamentos e subdepartamentos de empresas

É importante dizer: independentemente do modelo, toda e qualquer empresa tem departamentos e subdepartamentos.

Eles entram em cena com o alcance de determinado nível de complexidade operacional, ou seja, conforme aumenta o volume de tarefas ou colaboradores e/ou conforme os processos exigem ações mais especializadas.

Em estruturas funcionais e divisionais, a divisão de departamentos e subdepartamentos que você confere no quadro abaixo costuma aparecer com mais clareza.

Em modelos matriciais ou horizontais, a rigidez diminui, mas ainda assim há atribuição de responsáveis por funções essenciais.

Nesses casos, os responsáveis, muitas vezes têm papéis mais fluidos e administram times multidisciplinares.

Departamento	Subdepartamentos
Recursos Humanos (RH)	Departamento Pessoal (gestão de pessoas) Recrutamento e seleção Desenvolvimento
Financeiro	Contas a pagar Contas a receber Controladoria
Comercial	Pré-vendas/Prospecção Vendas internas Vendas externas Pós-vendas Sucesso do cliente
Marketing	Branding Marketing offline Marketing digital Inbound marketing Comunicação Relações públicas
Operação	Suprimentos/Compras Logística Gestão de estoque Controle de qualidade
Tecnologia da Informação (TI)	Manutenção/Suporte técnico Análise de dados Segurança de dados Infraestrutura e redes Engenharia de Software Product Management
Jurídico	Gestão de contratos Compliance Cotencioso         Propriedade intelectual LGPD e privacidade de dados Assessoria societária
Atendimento	SAC Suporte técnico Ouvidoria Experiência do cliente Chat/Atendimento digital
Inovação e estratégia	Pesquisa e desenvolvimento Business Intelligence (BI) Planejamento estratégico Novos negócios Transformação digital

Percebe como, independentemente de variações, a lógica é a mesma: organizar funções para aumentar a eficiência e a clareza dos processos?

Seu foco ao pensar sobre o assunto sempre será garantir clareza nos papéis, alinhamento de expectativas entre profissionais e setores, comunicação interna eficiente e máxima integração das áreas.

Inspiração – Explore como é feito o trabalho de gigantes

Antes de agir, confira exemplos de estrutura organizacional em grandes empresas:

• Coca-Cola: combina estrutura funcional e divisional, pois divide operação por funções, mas também por regiões, o que garante eficiência e padronização global, mas adequação à diferentes culturas
• Unilever: é organizada por grupos de negócio e categorias de produtos, numa estrutura divisional; cada divisão tem autonomia para adaptar suas estratégias
• Microsoft: exemplifica bem uma divisão matricial, na qual os colaboradores respondem a dois gestores de forma simultânea, um de área e outro de projeto
• Netflix: é conhecida pela estrutura horizontal com times autogerenciáveis que tomam decisões rápidas sem depender de longas cadeias de aprovação; baseia-se numa cultura de confiança e transparência
• Apple: estruturada em rede, mantém foco em suas competências centrais (design e marketing) e terceiriza várias etapas de sua produção (até a fabricação dos aparelhos móveis propriamente ditos!)

Agora sim, haja!

Ação – Como montar a estrutura organizacional da sua empresa em alguns passos

Escolha o modelo ou a combinação de modelos de estrutura que fazem mais sentido para a realidade do seu negócio.

A partir dessa decisão, você poderá determinar se a empresa precisa de chefias funcionais ou de projeto, células autônomas, redes de parceria etc. (Inclusive, vale ler outro artigo aqui do blog que fala sobre contratações de cargos de liderança. Salve para depois!)

Então:

1. Defina aonde quer ver o negócio chegar, pois o propósito orienta o desenho
2. Liste funções/atividades essenciais, que precisam de funcionários fixos
3. Liste também funções e atividades que podem ser terceirizadas
4. Estabeleça papéis, responsabilidades e linhas de reporte
5. Agrupe as funções em áreas ou departamentos, separando-as por natureza
6. Documente a estrutura para facilitar alinhamentos e onboardings
7. Crie um organograma empresarial para visualizar a hierarquia e os fluxos de comunicação
8. Finalmente, na intenção de automatizar processos e integrar setores, adote ferramentas de gestão integradas

Revise a estrutura à medida que a empresa cresce ou a cada 6-12 meses, ajustando-a conforme se fizer necessário.

Mantenha sua estrutura compartilhada e visível para todos, reforçando a transparência e o senso de pertencimento das pessoas dentro da organização.

Uma divisão que une o funcional e o divisional, tipo a de uma produtora de conteúdo moderna ou similar, ficará mais ou menos assim: