
Apesar da importância, muitas pessoas cometem erros ao realizar reuniões 1:1. Entre os mais comuns estão a falta de preparação ou o uso do momento apenas para fazer cobranças ou repassar tarefas, sem oferecer espaço para que o colaborador compartilhe suas preocupações ou discuta seu próprio desenvolvimento.
Para garantir que as reuniões tragam os resultados esperados, é essencial seguir algumas práticas que são pontos-chave para o sucesso, como ter uma agenda bem definida, ouvir ativamente e aproveitar o momento para promover o crescimento profissional do colaborador.
Neste artigo, você vai entender tudo sobre reuniões one-on-one que, quando bem conduzidas, podem gerar impacto significativo no engajamento da equipe e no desenvolvimento individual de cada profissional.
O que é e como fazer reuniões 1:1? Passo a passo simples
As reuniões one-on-one são encontros regulares entre profissionais e suas lideranças para entender as necessidades de cada colaborador, acompanhar seu desempenho, fornecer feedbacks e alinhamentos, além de criar um ambiente de confiança mútua.
Elas podem acontecer semanal, quinzenal ou mensalmente, e devem ser feitas sempre de um para um, ou seja, entre duas pessoas apenas, com o objetivo de discutir questões específicas e oferecer um ambiente seguro em que o colaborador se sinta à vontade para expor opiniões e abordar assuntos delicados, tanto da vida profissional quanto da vida pessoal, sem medo de ser julgado por isso.
Aqui vão algumas dicas de como conduzir esses encontros:
- Defina o objetivo da reunião: entenda o que você espera alcançar com essa conversa, e anote para não desviar do caminho.
- Agende regularmente as reuniões: one-on-ones costumam ser realizadas regularmente, já que a periodicidade ajuda a criar um espaço constante de diálogo e evita que questões fiquem sem atenção por muito tempo, por isso, esteja atento(a) ao calendário.
- Prepare um roteiro ou deixe o tema livre: em caso de reuniões mais formais, faça o envio antecipado dos assuntos que serão abordados durante o encontro, já se o foco for uma formato mais informal, você pode começar com uma pauta mais aberta e deixar o trabalhador conduzir a conversa com os temas mais relevantes para ele.
- Crie um ambiente de confiança: é importante que o líder crie um ambiente de confiança para que o liderado se sinta confortável para compartilhar ideias e preocupações sem receios.
- Forneça feedbacks claros e construtivos: o feedback é parte fundamental de um 1:1, seja ele positivo ou construtivo, por isso, certifique-se de ser específico(a) ao dar o feedback para sua equipe, destacando o comportamento ou a ação que foi realizada e como ela impactou o trabalho.
- Escute mais do que fale: uma boa one-on-one é baseada no diálogo, por isso, escute ativamente e demonstre empatia, respeitando a fala do profissional e permitindo que ele tenha espaço suficiente para compartilhar seus pensamentos, sentimentos e preocupações.
- Ajuste conforme o estilo do colaborador: cada pessoa é de um jeito, portanto, ajuste e personalize a reunião conforme o perfil de comunicação do liderado. Para os mais tímidos, talvez reuniões remotas funcionem melhor!
Anotou tudo? Ao planejar bem esses encontros, você garante que haja espaço para a escuta ativa e fornece um feedback construtivo, criando um ambiente positivo e produtivo que contribui para o sucesso tanto do colaborador quanto da equipe.
Qual a importância da one-on-one?
As reuniões one-on-one funcionam como uma ponte direta entre líder e colaborador, permitindo que questões sutis, muitas vezes invisíveis no dia a dia, venham à tona antes de se tornarem problemas maiores.
Mais do que alinhar metas ou avaliar desempenho, elas criam um espaço estratégico para antecipar necessidades, cultivar conexões humanas e fortalecer o senso de pertencimento dentro da equipe.
Além disso, o diálogo constante ajuda a reduzir os índices de turnover, considerado um pesadelo em muitas empresas, isso porque, quando os colaboradores se sentem valorizados e têm espaço para discutir sobre suas ideias, tudo se torna mais leve, e eles tendem a se sentir mais satisfeitos e leais à empresa, aumentando a retenção de talentos.
O momento também pode ser aproveitado para reforçar a cultura organizacional, já que o líder tem a oportunidade de discutir os valores, princípios e missão da organização com o colaborador, e os funcionários podem alinhar suas próprias atitudes com os objetivos da empresa. É vantagem para todo mundo!
Saiba agora como aproveitar ao máximo o recurso.
Como estruturar e implementar one-on-ones na sua empresa?
Para que o processo seja bem-sucedido, é necessário definir uma estrutura com objetivos claros, estabelecer uma frequência regular, fornecer treinamento à equipe e criar um formato que agrade tanto os gestores quanto os colaboradores. Além disso, é preciso comprometimento de ambas as partes, já que a boa dinâmica da prática só funciona quando todo mundo chega preparado para a troca.
De olho no passo a passo!
1. Defina a frequência
Determinar a regularidade e duração das reuniões é importante para criar um senso de rotina. Para muitas empresas, one-on-ones semanais ou quinzenais são comuns, mas você pode adaptar a frequência de acordo com a necessidade por aí.
O ideal é que as conversas tenham duração de 30 minutos a 1 hora, o que também pode ser ajustado de acordo com a complexidade dos assuntos que serão abordados em cada reunião.
2. Estabeleça objetivos claros
Antes de começar de fato, é importante entender por que você quer ter esses encontros, ou seja, qual seu objetivo com as reuniões one-on-one.
Aqui vão algumas sugestões:
- Apoiar o desenvolvimento profissional do time
- Fortalecer o relacionamento entre líderes e equipes
- Identificar e resolver problemas rapidamente
- Motivar e engajar os colaboradores
- Dar e receber feedback construtivo
- Acompanhar o progresso de tarefas e projetos
- Discutir sobre desafios e obstáculos
- Alinhar expectativas
- Atentar-se ao bem-estar e saúde mental do colaborador
Dessa forma, fica muito mais fácil desenhar onde você quer chegar com essa estratégia.
3. Prepare-se
De nada adianta propor uma conversa e não saber sobre o que falar, né? Portanto, separe um momento antes da reunião para dar uma boa revisada no histórico recente do colaborador, sua função, tarefas e últimos projetos, além de verificar indicadores de desempenho e feedbacks anteriores.
A partir desses pontos, você pode montar um roteiro com perguntas-chave para conduzir o momento, estimulando ainda mais a conversa entre vocês!
4. Tenha um roteiro
Ter um roteiro ou uma agenda estruturada com tudo o que poderá ser abordado durante a reunião é uma forma de evitar aquele silêncio constrangedor, já que você terá um “plano B” para o início, meio e fim do papo, garantindo que o encontro atinja o objetivo esperado.
Aqui vai uma boa ideia de roteiro para você seguir no começo:
- Abertura (5-10 minutos): comece com uma conversa informal, como perguntar como está a pessoa ou como foi a semana dela. Isso ajuda a criar um ambiente mais relaxado e aberto.
- Discussão de tópicos (20-40 minutos): separe alguns tópicos para conversar, como desempenho (pergunte sobre as tarefas em andamento, o que está funcionando bem e o que precisa ser ajustado); feedback (usando exemplos do dia a dia ou de projetos já entregues para facilitar a compreensão); desafios e obstáculos; desenvolvimento (novos aprendizados ou oportunidades de crescimento dentro da empresa, se houver); e/ou bem-estar (abordando questões sobre o equilíbrio entre vida pessoal e profissional).
- Planejamento e ação (5-10 minutos): por fim, defina ações específicas que precisam ser tomadas até o próximo encontro.
- Encerramento: recapitule os pontos principais discutidos e pergunte se há algo mais que o colaborador gostaria de adicionar ou discutir, não esqueça de reforçar a importância da reunião e o quanto a comunicação aberta é vital.
E não deixe de anotar os pontos acordados para discutir na próxima reunião!
5. Estabeleça a cultura do one-on-one na empresa
Comunique, de forma clara, a importância da prática para todos os colaboradores, desde gerentes até membros da equipe, destacando como esses encontros contribuem para o desenvolvimento pessoal e profissional de todos os envolvidos.
É essencial reforçar a transparência e a confiança, garantindo que as 1:1s sejam um espaço seguro para discutir desafios, esclarecer dúvidas, oferecer e receber feedbacks e até abordar preocupações pessoais, sem medo de julgamentos.
Ao cultivar um ambiente de apoio, onde as reuniões vão além da simples avaliação de desempenho e proporcionam orientação e suporte, você garante o fortalecimento do relacionamento entre líderes e colaboradores. E todo mundo sai ganhando!
6. Utilize ferramentas e plataformas de apoio
Boas ferramentas podem ajudar a organizar a logística das reuniões de forma ainda mais eficiente. É o caso das agendas online, como Google Calendar ou Outlook, que podem ser usadas para agendar as reuniões de maneira regular, definindo lembretes e estabelecendo uma rotina consistente.
Opções complementares incluem plataformas de gestão de desempenho ou documentos compartilhados, como o Google Docs e Notion para registrar os tópicos discutidos, feedbacks recebidos e próximos passos, o que torna o processo mais organizado e rastreável.
Agora, se você quer investir em uma ferramenta própria para gestão das 1:1s, dá para apostar em ferramentas de gestão RH que possuem o recurso de acompanhamento desse tipo de reunião, a exemplo das seguintes plataformas:
- Qulture.Rocks
- Lattice
- Fellow
- 15Five
- Leapsome
- Dentre outras
E, se os encontros forem acontecer de forma remota, também será crucial garantir que a tecnologia utilizada, como Zoom, Teams ou Google Meet, seja confiável e funcione sem problemas.
7. Treine seus gestores
Treinar seus líderes é essencial para que as reuniões tenham resultados de sucesso, por isso, os gestores devem estar sempre exercitando habilidades como:
- Escuta ativa
- Fornecimento de feedbacks construtivos
- Empatia
- Capacidade de identificar e abordar problemas
Inclusive, é nesse sentido que a equipe de gestão de pessoas precisa enxergar essas reuniões como uma oportunidade de mentoria, focando no desenvolvimento pessoal do colaborador, em vez de se limitar a um simples acompanhamento de tarefas.
Também é importante reforçar que as one-on-ones não devem se transformar em um espaço para microgestão, mas sim em um momento de apoio ao bem-estar e ao crescimento do profissional.
8. Faça ajustes quando necessário
À medida que esses papos se tornam parte da cultura e da rotina da empresa, continue ajustando a abordagem com base nas necessidades de cada pessoa e nos feedbacks recebidos.
Essas mudanças podem envolver a frequência das reuniões, a forma como as agendas são tratadas e até mesmo a abordagem dos gestores. O que importa é o conforto da sua equipe.
Gostou do que leu até aqui? Então, para fechar com chave de ouro, só falta conhecer os erros mais comuns e que devem ser evitados nesse tipo de reunião.
10 erros comuns que devem ser evitados em reuniões one-on-one
Não ouvir seu colaborador, estar mal preparado(a) e quebrar a confidencialidade do momento estão entre os erros mais comuns e que devem ser evitados quando o assunto é one-on-one.
- Falta de preparação: sem planejamento, a conversa vira perda de tempo; é essencial chegar com tópicos, perguntas e feedbacks definidos.
- Não ouvir ativamente: se o líder monopoliza a conversa, o colaborador se cala, e escutar com atenção é chave para um ambiente de confiança.
- Focar só em desempenho: limitar a reunião à produtividade ignora motivações, bem-estar e crescimento individual.
- Não acompanhar feedbacks anteriores: dar orientações sem acompanhá-las depois desmotiva e quebra a confiança no processo.
- Reuniões irregulares: sem frequência definida, os encontros perdem o sentido, e o funcionário pode se sentir negligenciado.
- Falta de metas ou ações concretas: reuniões sem próximos passos definidos geram frustração e falta de direção.
- Quebrar a confidencialidade: expor o que foi dito em confiança destrói o vínculo entre líder e liderado.
- Rigidez excessiva: um formato engessado inibe a troca sincera; é preciso equilíbrio entre estrutura e flexibilidade.
- Falta de empatia: sem interesse genuíno, o encontro vira obrigação. Por outro lado, a empatia fortalece o relacionamento e aprofunda a conversa.
- Má gestão do tempo: sem controle ou um roteiro bem estruturado, tópicos importantes podem ficar de fora da reunião, ou seja, se planejar quanto à duração do papo garante produtividade.
Evitar esses erros é o que vai transformar para melhor a sua experiência como gestor e a experiência do seu colaborador, tornando o momento mais produtivo e significativo.
Agora, é só colocar todas essas dicas em prática – e não esquecer de dar aquele feedback aqui embaixo ou no Instagram da @chawork!
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