- Antes de tudo, entenda o que é a Comunicação Não Violenta (CNV)
- Imagine uma reunião em que o clima pesa…
- Quer adotar a Comunicação Não Violenta? Comece “no básico”
- Como aplicar Comunicação Não Violenta no trabalho a partir de seus 4 pilares
- Piores erros para evitar ao aplicar a CNV
- “Pertenço ao RH de uma empresa, devo me preocupar com o tema?”
Se você quer adotar uma Comunicação Não Violenta no trabalho, precisa observar fatos, expressar seus sentimentos, identificar necessidades próprias e dos outros e fazer pedidos específicos de vez em quando.
Pense que a ideia é transmitir mensagens de forma clara, respeitosa e sem gerar conflitos, reduzindo mal-entendidos e substituindo críticas e julgamentos por aspectos objetivos.
Isso, inclusive, leva à maior colaboratividade e mantém a motivação de todos!
Está curioso(a) sobre como agir, exatamente, em reuniões, feedbacks e até naquele cafézinho durante a tarde? Continue lendo este artigo.
Antes de tudo, entenda o que é a Comunicação Não Violenta (CNV)
A CNV nada mais é do que uma forma de você conversar com alguém e – ouvir essa pessoa! – com empatia, sem julgamentos e nem acusações.
Quem a criou foi psicólogo americano Marshall Rosenberg, na década de 60, numa tentativa de entender por que algumas pessoas se conectavam, mesmo em situações de conflito, enquanto outras reagiam com agressividade.
A partir disso, então, o médico desenvolveu um jeito diferente de se comunicar, baseado na empatia, na escuta e na expressão genuína
E aí surgiu a proposta da CNV: transformar desentendimentos em conversas produtivas, onde cada pessoa pudesse ser ouvida de verdade!
Imagine uma reunião em que o clima pesa…
As metas estão apertadas, o gestor cobra resultados de forma direta e a equipe se cala. Quando tudo termina, ninguém se sente ouvido, e o problema continua o mesmo.
Situações assim custam caro (para o bolso e para a estrutura das empresas!), e é para evitá-las que a Comunicação Não Violenta entra em cena, mostrando que empatia e resultado podem andar juntos.
Quando o foco de um grupo deixa de ser “culpar alguém” e passa a ser “encontrar soluções”, o diálogo muda de tom e as pessoas se sentem mais seguras para falar o que pensam. Diminui aquela desmotivação das equipes, acabam até os conflitos silenciosos e o desempenho se torna mais evidente.
O ambiente? Mesmo em casos remotos, fica mais colaborativo! E as decisões são tomadas em conjunto, através da reunião de diferentes pontos de vista, o que é benéfico para os negócios!
Entre os benefícios da Comunicação Não Violenta nas equipes, destacam-se:
- Partilha aberta de ideias
- Facilidade para implementar e manter uma cultura de inovação
- Criação de melhores soluções no dia a dia
- Alinhamento de prioridades
- Menos retrabalhos
- Feedbacks objetivos e sempre construtivos
- Tomadas de decisão mais rápidas, mas não menos assertivas
- Confiança que leva à engajamento
- Identificação rápida de problemas ou falhas
- Maior envolvimento de diferentes setores
Quer adotar a Comunicação Não Violenta? Comece “no básico”
Na rotina, preste atenção no que está por trás das palavras, como sentimentos, necessidades e intenções, dedique-se mais a ouvir do que a falar e vá cultivando relações de confiança no ambiente de trabalho.
A CNV pede presença e atenção e, com ela, um comentário que antes geraria defesa pode virar um diálogo produtivo quando é feito com empatia.
Atualmente, os líderes que a exercitam, por exemplo, criam ou participam de trocas em que as pessoas realmente se entendam; colaboradores que conseguem seguir essa linha têm uma soft skill essencial para diversas funções e responsabilidades; um RH que a adota costuma contribuir positivamente para a atração e a retenção de talentos e assim por diante.
Como aplicar Comunicação Não Violenta no trabalho a partir de seus 4 pilares
A CNV tem quatro pilares – observação, sentimento, necessidade e pedido –, que devem ser base para o dia a dia dos colaboradores de uma empresa e, principalmente, de gestores, líderes e responsáveis pelo departamento de Recursos Humanos.
Entenda cada um.
1. Observação
Diz respeito à ideia de, antes de alguém reagir a qualquer situação, parar um instante e olhar para o que realmente aconteceu, sem julgamentos. Observar sem julgar é ver o que aconteceu e entender o impacto antes de tirar conclusões.
2. Sentimentos
Quando a CNV aborda “sentimentos”, existe a proposta de cada um reconhecer o que se sente, o que está por trás de uma ação que gera uma reação ou, simplesmente, de uma reação diferente daquela que você esperava?
Analise a si mesmo, não aos outros! Identificar suas emoções é essencial para se comunicar de forma não violenta.
3. Necessidades
Depois de analisar os sentimentos, é essencial identificar a necessidade por trás deles. Uma frustração acontece por quê? Essa identificação é transformadora, porque, quem fala, em vez de focar no erro, passa a focar nas soluções.
4. Pedidos
Os pedidos “amarram” todas as outras etapas: é preciso transformar a observação, os sentimentos e as necessidades em solicitações claras e objetivas, evitando frustrações e mal-entendidos. Olha só como uma simples frase pode juntar todos os quatro pilares da CNV:
Nunca assuma que alguém ou um time “deveriam saber” de algo que não foi dito com clareza! E, seguindo nos “dont's” – o que não fazer na prática e no exercício da Comunicação Não Violenta – outros pontos foram trazidos no próximo tópico.
Piores erros para evitar ao aplicar a CNV
- Não separar fatos de interpretações/julgamentos
- Reagir antes de observar e identificar sentimentos e necessidades
- Confundir feedback com crítica
- Ignorar os próprios sentimentos
- Presumir as necessidades do outro
- Fazer suposições em vez de buscar a compreensão
- Pedidos pouco claros ou excessivamente vagos
- Foco em culpabilizar em vez de solucionar
Por último, mas não menos importante, também é um erro não praticar a CNV continuamente, viu? Sem treino, os velhos hábitos voltam!
Você não precisa mergulhar nesse universo da Comunicação Não Violenta totalmente de uma vez: o importante é perceber aonde seu comportamento pode melhorar e como você ajuda na evolução dos outros no seu trabalho, usando isso a favor do progresso.
“Pertenço ao RH de uma empresa, devo me preocupar com o tema?”
Sem dúvidas! Cabe muito ao RH – junto de gestores e líderes – transformar a CNV em parte essencial da cultura organizacional. São oito os principais exemplos de ações que cabem aos Recursos Humanos para agir em prol da Comunicação Não Violenta no ambiente corporativo:
8 dicas para o RH promover a Comunicação Não Violenta
- Ressaltar a CNV já no onboarding: ou seja, explicar como a empresa espera que todos se comuniquem e apresentar casos práticos de CNV
- Promover treinamentos: de observação, sentimentos, necessidades e pedidos; simulando conversas, incentivando a observação de fatos etc.
- Abrir espaço para a prática: através de workshops, encontros em grupos de estudo e similares
- Revisar processos internos: para adaptar formulários, avaliações de desempenho e políticas da empresa aos princípios da CNV
- Criar ou melhorar canais de comunicação: pensando no compartilhamento de opiniões e na busca por ajuda de forma segura e com garantia de escuta ativa
- Incentivar reflexões: por exemplo, através de reuniões periódicas em que situações sejam colocadas “à mesa” e haja debate no sentido de “como podemos melhorar”
- Monitorar comportamentos: dos times e dos funcionários, desde líderes até colaboradores, atualizando impressões e expectativas em reuniões 1:1
- Reconhecer e valorizar alinhamentos à CNV: destacando-os em comunicados internos ou em reuniões
- Registrar os aprendizados: em uma espécie de “diário”, afinal, cada situação desafiadora pode virar um caso de estudo, mostrando o que funcionou e o que pode melhorar
Com o tempo, esse registro cria um histórico da evolução! E acompanhá-lo é muito prazeroso! Boa sorte no processo.
Deixe seu comentário ou dúvida