Programa de Gerenciamento de Riscos: como fazer + dica extra

Tudo o que você precisa saber sobre Programa de Gerenciamento de Riscos (PGR) e o passo a passo para fazê-lo.

Por Chawork 08 de Outubro de 2025 - Atualizado em 08 de Outubro de 2025 8 min. de leitura
Reunião de negócios com foco em análise de gráficos e estratégias, pessoas discutindo sobre resultados financeiros, ambiente profissional moderno.

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Obrigatório pela NR-1 atualizada, o Programa de Gerenciamento de Riscos ou PGR representa um conjunto de ações para que as empresas consigam “ver”, avaliar e controlar situações que podem afetar a segurança física e mental dos colaboradores e o andamento das atividades diárias.

Como o nome diz, o primeiro passo para desenvolver o PGR e, portanto, gerenciar riscos, é mapeá-los. Então, o próximo passo será definir como cada um será prevenido ou acompanhado.

Entenda as condições de trabalho, planeje medidas, implemente-as e acompanhe se elas estão funcionando. Faça isso de acordo com a legislação trabalhista e pensando em infraestrutura, ambiente, políticas internas etc.

Gerenciar riscos pode significar um ajuste no layout do seu espaço, a adoção de ferramentas de monitoramento mais completas, melhorias na comunicação interna… Saiba mais, lendo este artigo!

O que é um Programa de Gerenciamento de Riscos (PGR)?

O PGR é um jeito estruturado de uma empresa lidar com os perigos que fazem parte da rotina de trabalho; um conjunto de ações que entram em cena de forma preventiva, minimizando aquela necessidade de reação, por parte do RH e de gestores, “só quando algo dá errado”.

Ter um PGR devidamente estruturado, portanto, ajuda a enxergar antes o que pode causar problemas – e a pensar em soluções para evitá-los ou lidar com eles.

Na prática, o PGR é um ciclo: primeiro, você identifica os perigos; depois, vê o quanto eles podem afetar o time; a partir daí, define medidas de controle, acompanha e ajusta.

Pra que serve um Programa de Gerenciamento de Riscos?

Mais do que manter sua empresa adequada à NR-1, o valor desse programa está justamente na combinação de proteção dos profissionais e da operação.

Quando os riscos físicos e psicológicos de um ambiente de trabalho diminuem, a empresa ganha em segurança, produtividade, redução de custos e adequação à Lei.

Os funcionários, por sua vez, sentem mais segurança e bem-estar no trabalho. Escolhem ficar, vestir a camisa e perseguir objetivos em comum com a organização.

No fim das contas, o PGR sustenta o crescimento sem colocar ninguém em perigo.

E como elaborar um PGR conforme a NR-1? Siga estes 5 passos

É a NR-1 que define como identificar riscos, avaliar o impacto de cada um e controlá-los, então, para fazer um PGR adequado, entenda a sua constituição, organize cada etapa e entre em ação.

Mapear os riscos, definir como lidar com eles e acompanhar se tudo está funcionando de verdade são etapas que fazem parte do Programa de Gerenciamento de Riscos, segundo a NR-1.

Mas tem outros detalhes importantes, olha só o passo a passo completo:

1. Comece com um inventário de riscos

O inventário de riscos é o ponto de partida de todo PGR: identifique tudo o que pode colocar a segurança e a saúde da sua equipe em risco, criando uma base para as próximas ações.

Sua pesquisa de riscos psicossociais de acordo com a NR-1 deve incluir:

  • Riscos físicos: barulho, calor, frio, vibração, radiações e iluminação inadequada
  • Riscos químicos: poeiras, vapores, gases e produtos químicos usados no dia a dia
  • Riscos biológicos: contato com vírus, bactérias e outros agentes
  • Riscos ergonômicos: posturas forçadas, levantamento de peso e tarefas repetitivas
  • Riscos psicossociais: pressão por produtividade, jornadas longas e conflitos internos
  • Riscos de acidentes: pisos escorregadios, máquinas desprotegidas e/ou com falhas etc.

Converse com quem está na empresa no dia a dia, ande pelos setores e registre tudo o que parecer se encaixar nesses tópicos.

Organize os riscos por prioridade, para enxergar onde agir primeiro.

2. Trace um plano de ação

Nesta etapa, decida como cada risco será tratado, quem vai cuidar do quê, quais medidas serão aplicadas e em quanto tempo tudo deve acontecer.

Partindo do inventário de riscos e, para cada perigo identificado, defina medidas de controle específicas, estabeleça responsáveis pela execução, determine prazos, preveja recursos necessários (financeiros, materiais e humanos) e crie indicadores de acompanhamento.

Novamente: priorize os riscos mais graves – e documente-os!

  • Envolva a equipe para que todos saibam exatamente o que fazer
  • Use checklists ou planilhas para acompanhar como as ações estão evoluindo
  • Anote observações e melhorias necessárias ao longo da execução
  • Comunique cada etapa do plano de forma clara e para todos os setores envolvidos
  • Confira se ferramentas, equipamentos e recursos correspondem às necessidades da organização
  • Ofereça treinamentos ou instruções para quem vai executar as ações
  • Crie marcos para acompanhar o progresso e ajustar o que não estiver funcionando

Numa empresa com pisos escorregadios na área de produção, exposição a produtos químicos de limpeza e posturas repetitivas na linha de embalagem, um plano de ação dentro de um PGR pode incluir a instalação de tapetes antiderrapantes, o fornecimento de Equipamentos de Proteção Individual adequados e a criação de um rodízio de funcionários, por exemplo.

Inspire-se para agir dentro da sua organização!

Dá para começar pelas ações que trazem mais impacto para a segurança, seja física ou mental, e cujos “reparos” podem ser feitos rapidamente: pequenos ajustes bem planejados levam a grandes resultados.

3. Monitore e revise a execução das ações planejadas

Com o Programa de Gerenciamento de Riscos funcionando, vá além do desejo de cumprir a NR-01 e observe cada movimento a favor da evolução do seu negócio.

Perceba o que precisa de ajuste e garanta que os riscos postados lá na primeira etapa continuem controlados.

O PGR não deve ser um documento único e tampouco estático, mas um organismo vivo e essencial para a sustentabilidade de uma corporação
  • Confira de perto se as medidas adotadas estão sendo seguidas
  • Se os riscos mudarem e novos pontos críticos aparecerem, ajuste o PGR
  • Anote falhas, imprevistos ou sugestões da equipe para ajustar as ações
  • Revise documentos, checklists e indicadores ligados à todo tipo de segurança
  • Comunique qualquer mudança ou ajuste para todos da empresa
  • Promova reuniões rápidas tanto com quem está nos cargos de liderança quanto com liderados para discutir resultados e pensar nos próximos passos

E atenção!

Pequenos sinais merecem cuidado, como o aumento de incidentes que parecem “ocasionais” ou descuidos que se tornam frequentes.

Eles costumam mostrar aonde o PGR precisa de ajustes – antes que algo maior aconteça.

4. Aos poucos, vá transformando o PGR em parte da cultura da empresa

Seja exemplo para todos entenderem que o PGR não é só para “cumprir tabela”: um programa só funciona de verdade quando está presente na rotina da empresa e até na forma como as pessoas se relacionam entre si e com suas funções.

A transformação de ações em partes essenciais da cultura organizacional depende de:

  • Chefes e supervisores mostrando que segurança é prioridade
  • Investimentos na capacitação do time para reconhecer riscos e agir corretamente
  • Canais de comunicação abertos e seguros para que todos possam apontar riscos
  • Estabelecimento de políticas internas de combate e manejo de todos os tipos de perigos
  • Revisão frequente do PGR para que ele acompanhe a realidade da empresa
  • Valorização de quem segue as medidas de segurança e inspira os colegas
  • Integração do PGR a outros programas, como o PCMSO, obrigatório pela NR-7, outra Norma Regulamentadora, e a laudos técnicos, como o LTCAT

Não se esqueça de que o PGR substituiu, há alguns anos, o antigo Programa de Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA), que focava só em riscos físicos, químicos e biológicos e não considerava os psicológicos.

Sobre o Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO), é importante você saber: ele está voltando ao acompanhamento da saúde dos colaboradores por meio de exames, então, difere do PGR porque é mais específico.

E sobre o Laudo Técnico das Condições Ambientais de Trabalho (LTCAT), por ora, basta informar que ele é um laudo de caráter previdenciário que comprova se há ou não exposição dos trabalhadores a agentes nocivos para fins de aposentadoria especial, exigido de todas as empresas, mas que só tem efeitos práticos quando constatada a exposição.

5. Disponibilize o PGR para consulta

Por último, mas não menos importante, faz parte do processo de criação do PGR a disponibilização deste documento para consulta de autoridades fiscais do trabalho e da Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA), quando houver.

Dica extra para um PGR bem feito!

Além de todos os passos essenciais para a criação do seu Programa, use ferramentas digitais que vão facilitar a avaliação de desempenho para NR-1, a coleta de dados, a atualização do inventário de riscos e o monitoramento contínuo dos colaboradores, evitando passivos trabalhistas e aumentando a eficiência da gestão de pessoas.

A obrigatoriedade do PGR para empresas CLT não precisa ser um peso ou um gasto extra, e tudo fica mais simples e assertivo com uso de plataformas focadas em auxiliar no cumprimento da NR-1 e de outros aspectos legais!

É a tecnologia que vai transformar seu PGR em um aliado estratégico de gestão de pessoas e do negócio. Pense nisso.

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